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ATP – Avaliação Técnica de Projeto

Avaliação Técnica de Projeto (ATP) é entendida como um conjunto de serviços realizados para garantir que o Projeto Estrutural avaliado atenda aos requisitos de qualidade e conformidade previstos hoje nas principais normas de projeto, como ABNT NBR 6118:2023 para estruturas de concreto, a ABNT NBR 8800:2024 para estruturas de aço, a ABNT NBR 16868-1:2020 para estruturas em alvenaria estrutural, entre outras.

Com diferentes escopos e nomes, esses serviços de avaliação de projeto já eram prestados muito antes das normas introduzirem, gradualmente, requisitos para “Avaliação da conformidade do projeto”.

Os Projetos Estruturais são naturalmente complexos e implicam diretamente na segurança, economia e durabilidade das estruturas. Dessa forma, o mercado da construção há muito consolidou a avaliação técnica por profissional independente para obras de grande e médio porte. Ainda assim, grande parcela das construções não conta com ATP contratada. A resistência por parte das construtoras se deve principalmente aos investimentos adicionais, que são significativos.

Aproveitamos o gancho para comentar a abrangência de uma ATP.

Primeiramente, avaliar os requisitos de qualidade da estrutura consiste em verificar (i) a capacidade resistente da estrutura (segurança à ruptura), (ii) seu desempenho em serviço (comportamento da estrutura durante a vida útil, para que não comprometa o uso) e (iii) sua durabilidade. Nesse ponto, o avaliador realizou análise estrutural completa da estrutura projetada e procedeu todas as verificações em ELU e ELS necessárias.

Após, faz-se necessário também avaliar a qualidade do projeto, analisando a documentação completa – desenhos de projeto e outros documentos, contendo especificações e critérios de projeto. O projeto precisa conter informações claras, corretas, consistentes entre si, bem como proporcionar as informações necessárias para a execução da estrutura.

Por fim, o Avaliador Técnico, a depender do tipo de avaliação, apresenta seus resultados, ao final ou em etapas parciais, e interage com o Projetista Estrutural.

Dessa forma, os serviços realizados na ATP são, em boa parte, de nível de complexidade e de investimento de recursos similares aos do desenvolvimento do próprio projeto estrutural. O Avaliador Técnico é profissional habilitado, com experiência comprovada na análise de estruturas, assim como o projetista da estrutura.

Diante do exposto, importante notar que a ATP é a única forma de verificar a qualidade de um produto tão complexo como um Projeto Estrutural e que a sua contratação é de extrema importância.

Ainda sobre a ATP…

  • Recomendamos avaliação ocorrendo em paralelo ao desenvolvimento do projeto estrutural, com avaliador e projetista interagindo desde o início do processo, somando forças, com respeito mútuo e disposição para colaborar.
  • Não sendo possível, projeto e avaliação podem ocorrer de forma independente, mas o processo é mais demorado por conta de intervenções posteriores devidas a possíveis discordâncias entre as partes, mediadas pelo contratante.
  • A contratação da ATP pode ser motivada por ocorrência de manifestações patológicas. Por vezes, se conta com a colaboração do projetista (em outras, a relação projetista/contratante já veio deteriorada), mas em todos os casos a documentação deve ser fornecida pelo contratante. Aqui, busca-se verificar a real participação do projeto estrutural nas causas das patologias. O conhecimento dos dados de execução se torna importante, mesmo que a avaliação da construção não faça parte do escopo.
  • O projeto é – e segue após a ATP – de autoria e responsabilidade técnica do projetista estrutural. O avaliador técnico é responsável pelo serviço de Avaliação Técnica.
  • Avaliador deve respeitar o projetista como autor do seu projeto, agir com ética, discrição e respeito na divergência de resultados.
  • Não cabe à ATP buscar soluções alternativas ou avaliar aspectos econômicos do projeto. Serviços diferentes podem ser contratados para essa finalidade. Na ATP, trata-se de avaliar conformidade.

Referências